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domingo, 2 de setembro de 2012

ARDENTE DESEJO


Capitulo IV


— O que você quer dizer Rafael? — disse eu fazendo de desentendido.
— Eu não quis dizer nada Felipe, foi uma pergunta, mas se você não quer falar sobre isso, relaxa.
— Eu preciso ir, daqui a pouco estou indo embora para minha casa, preciso ficar mais um pouco com meus pais.
Eu me levanto e sigo em direção à porta do seu quarto, nesse mesmo momento Rafael faz o mesmo tentando se desculpar.
— Felipe, espera não quero que fique esse clima entre nós — Disse ele segurando meu braço.
— Não tem clima nenhum Rafael, você não disse nada demais, relaxa.
— Quando o trouxe aqui para meu quarto, não tinha segundas intenções.
— Você tocou em assunto que eu acho muito cedo para falarmos, acabamos de nos conhecer.
— Felipe, espera!
Segui em direção à sala e fui à porta de saída.
— Conversamos outra hora Rafael, tchau.
Sai do apartamento de Rafael deixando-o parado no meio da sala olhando para mim. Senti minha privacidade invadida por ele, tínhamos acabado de nos conhecer e ele estava invadindo um terreno muito delicado para mim.
Ao retornar ao apartamento dos meus pais, encontrei meu pai no sofá da sala vendo futebol, que nem notou minha presença, então fui à busca de minha mãe que estava em seu quarto organizando seu armário.
— O Rafael comeu o bolo?
— Sim mãe, ele ficou muito agradecido e assim como eu adorou seu bolo.
Minha mãe senta em sua cama e faz um gesto para que eu me sente ao seu lado.
       — Fiquei pensando naquilo que você disse no almoço, de voltar a morar aqui em casa, me preocupo tanto com você filho, quero você perto de mim, para poder cuidar de você.
 Dou um abraço apertado em minha mãe.
       — Fica tranquila mãe, estou bem, e enquanto a voltar a morar aqui, eu estou pensando sim, tenha calma.
Fiquei por um bom tempo conversando com minha mãe, depois passei pela sala, falei um pouco com meu pai e decidi ir para casa.
       — Não vai já não filho, fica um pouco mais.
       — Para com isso Clarice, o Felipe é um homem, para de agir como se ele fosse uma criança.
       — Não enche Flávio.
Eu começo a rir da situação e antes que eles começassem a discutir por uma coisa boba, me despedi e fui embora.

Já em meu apartamento, na minha cama esperando sono chegar, fica pensando no Rodrigo, passei um dia todo sem ter noticias dele. Agora apenas me restava esperar a manha do dia seguinte para ver ele no escritório.
Segunda feira de manha no escritório está na recepção falando com Gari, quando aquele homem lindo e sedutor passa por nós.
       — Bom dia — disse Rodrigo, sem se quer olhar na minha cara.
       — Nossa que estranho ele — disse eu para Gabi, sem entender o jeito de Rodrigo.
       — Cada um tem o bom dia que merece Felipe — disse ela em tom de brincadeira.
       Fiquei bem desapontado, me pareceu que Rodrigo nem se lembrava de que tínhamos saído e nos divertido na sexta – feira. Gabi percebeu como fiquei.
       — Que cara é essa Felipe?
       — Como assim que cara Gabi? – falei tentando disfarçar.
       — Você ficou com uma cara de tristeza depois que o Rodrigo passou.
       — Impressão sua, vou para minha sala.     
       — Vamos almoçar juntos?
       — Pode ser Gabi.
       — Pode ser não é certeza de nada, vamos ou não?
       — Combinado, vamos almoçar juntos hoje.
       — Agora sim falou a minha língua.

Em minha mesa havia muitas notas fiscais para serem lançadas, mas meu pensamento estava em quem? Adivinhem? Claro, no Rodrigo. Eu me perguntava por que ele nem olhou direito para mim naquela manhã.
Chegou à hora do almoço, Gabi veio até minha sala me chamar para irmos comer.
       — Vamos gatão?
       — Vamos gatinha— respondi rindo
Gabi é alegre e simpática com todos, é umas das pessoas que mais me dou bem no trabalho. Ela tem cabelos lisos castanhos com mechas de loiro na altura dos ombros, deve ter um metro e sessenta e sete de altura e uns 54 kg.

Vamos a um restaurante que fica algumas quadras do escritório, é tão perto que fomos a pé. No restaurante entre uma garfada e outra Gabi me pergunta:
       — Felipe, você ficou bem chateado de manhã, com o jeito que o Rodrigo nos deu bom dia, foi impossível não perceber.
       — Fomos a um barzinho na sexta, conversamos tanto, parecia que seriamos bons amigos a partir disso, mas parece que não será bem assim. — disse eu com tom melancólico.
       — Vai ver ele acordou de mau humor, brigou com a namorada.
Surpreso pergunto:
       — Ele tem namorada, você a conhece?
       — Estou supondo que ele tenha Felipe, afinal o cara é um gato e fica sozinho se ele quiser.
Por instante imaginei que Gabi soubesse mais do que eu sobre o Rodrigo.
       — Pelo o que conversamos na sexta, ele está solteiro — disse eu seguida dando uma garfada em um file de frango.
       — Ele deve ser o maior pegador, viu o jeitão dele, nossa ele é muito sedutor, charmoso, gostoso, o que são aqueles braços Felipe?
       Fiquei com uma pontinha de ciúmes do jeito como a Gabi estava falando do Rodrigo.
       — Nunca reparei — disfarcei
Então Gabi da uma gargalhada e diz:
       — Ah para, eu bem vi no dia da festinha de aniversário, que vocês preparam para mim no escritório, você todo falante com ele, sobre esses assuntos de malhar e tal.
Eu tento demonstrar indiferença ao assunto dizendo:
       — Normal isso Gabi, eu malho também e estava trocando umas ideias com ele a respeito, só isso.
       — Sim, eu entendo — disse Gabi terminando seu prato.
       — Mas hoje o Rodrigo nem parecia o cara legal de sexta à noite.
       — Vai ver ele tem dupla personalidade. — disse ela em tom de deboche.


       Voltamos ao trabalho, ao contrario da manha, a hora não passava à tarde, eu queria que o expediente acabasse logo, e até que enfim às 6 da tarde chegaram, hora de ir embora. Saindo de minha sala dou de cara com Rodrigo.
       — E ai Felipe, muito trabalho hoje?
       — Sim Rodrigo, mas foi um dia produtivo.
       — O meu também. Agora é só descanso.
       — Não, vou para academia agora.
       — É isso ai garoto, treina direitinho. — disse ele se afastando, enquanto eu fiquei parado sem reação.
       Sai do escritório e fui para academia, treinei pesado. Chegando em casa fiz minha suplementação, enquanto preparava minha dose de whey protein, na lembrava de como Rodrigo estava frio e distante comigo naquele dia, fui para o meu quarto agitando o shake com força, na coqueteleira.Enquanto tomava o shake fui ligando meu computador, e fui logo acessando  um site pornô gay. Eu dava o ultimo gole no whey quando a campainha da porta tocou, fui atender deixando o vídeo carregando, ao abrir a porta, fico surpreso. Era ele que estava a minha porta, o meu adorado Rodrigo todo sedutor sorrindo e finalizando com uma piscadinha
       — Tudo bem Felipe?
Eu me derreto todo e também abro um sorrisão para ele e o convido para entrar e falo para que se sente e fique a vontade, ele da uma olhada pela sala como se tivesse reconhecendo a área e então sentando no sofá vai dizendo.
— Bonito demais seu apartamento cara.... que dizer, que sala linda.
Eu indico o sofá para que se sente, e já vou me acomodando também ao seu lado dizendo.
       — Minha mãe é a responsável, ela cuidou praticamente de toda a decoração, dei alguns palpites, mas ela é a responsável pela maior parte.
Eu estava vestido com roupa de ir à academia, shorts, regata colada ao corpo e tênis, já Rodrigo estava vestido de social, roupa que ele estava vestindo durante o dia no escritório, por instantes tinha a impressão de que ele reparava em cada músculo evidente em meu corpo, e isso me excitava. Então disse eu a ele mostrando a regata ainda um pouco molhada de suor.
       — Acabei de chegar da academia, preciso de um banho urgente.
Rodrigo vai se levantando e dizendo.
       —Melhor eu ir embora, deixar você tomar seu banho e descansar— antes que ele ficasse totalmente em pé eu seguro em seu braço puxando-o de volta para o sofá.
      Rodrigo volta a sentar no sofá, e vira pra mim dizendo:
        — Não quero te atrapalhar, você precisa de um banho, você mesmo disse isso.
       — Não tem que ir embora, eu te peço, fica mais, gosto de sua companhia. — Lembro que estou dando bandeira e tento disfarçar. Reparo que sua camisa social manga ¾, estava super colada em seu corpo, seu peitoral enorme parecia que a qualquer momento iria, rasgar a camisa ao meio. Começo imaginar como deveria ser o peitoral dele, seu abdômen "rasgado" todo definido, cheio de "gominhos", sem falar no perfume que ele exalava, me deixando entontecido.
— volta para terra Felipe— o bonitão da risada da situação. Eu fico desconsertado com receio dele ter notado meu olhar de desejo lançado sobre seus músculos provocantes. Por um instante fico em transe imaginando aquele homem nu, e Rodrigo demonstra ter percebido.
Você está meio aéreo, esta tudo bem mesmo, você tomou alguma coisa?
Ah, tomei sim, Whey proten. — Eu disse irônico. — Que isso cara, esta tudo bem sim, tava pensando só isso.
 Rodrigo com jeitão malandro queria saber no que eu estava pensando, me fazendo gelar, me pergunto será que ele desconfiou?
       Lembro que essa é uma boa hora pra conhecer melhor o gatão e obter as informações que quero dele, no escritório eu sabia que isso seria impossível.
— Pensei em te chamar para sair no final de semana passada. — Falei.
—Já tinha compromisso, nem rolaria — disse ele sério. Eu precisava obter respostas, para as perguntas que não saiam da minha cabeça, e vou dizendo em tom de brincadeira.
—Mulher na parada não é?
 — Você é bem curioso heim rapaz? — Disse ele, rindo em seguida.
— Uma palavra que define você para mim é ”misterioso”.
— Não tenho nada de misterioso Felipe, isso é coisa da sua cabeça. O que você quer saber de mim que ainda não te disse?— ele me encosta contra a parede, fico sem jeito e desconverso.
— Nada não Rodrigo, é que eu acho você misterioso mesmo, e inclusive acho isso um charme — “puts pensei, estou dando bola fora outra vez, seu eu continuar assim vou acabar afastando Rodrigo de mim”.
—Você diz que sou misterioso, mas não sei muita coisa a seu respeito também. Você gosta de morar sozinho?
 Hesito um instante em responder a pergunta:
—sim, tem seu lado bom, mas também gosto dos cuidados de minha mãe, sem falar que somos muito ligados um ao outro.
—Sei bem como é isso, eu também amo demais da minha, depois que me pai faleceu, eu acabei que me tornando o protetor dela.
Eu não perco a oportunidade e entro no assunto que me afligia:
—Deve ser por isso, que está solteiro então, uma namorada não permitiria que você se dedicasse muito a sua mãe.
       — Uma coisa não tem nada a ver com a outra, minha mãe é tranquila em relação a isso.
Eu insisto:
— Entendo você deve ser pegador, não se prende a ninguém, curte a noite, o momento.
 Rodrigo reage, parecendo não gostar na maneira como eu o julguei ser.
       — Felipe, na boa, porque insiste tanto nesse papo, de namorada? — disse ele seriamente.
     — Acho que é habito que peguei de algumas pessoas que conheço. É impressionante, como as pessoas sempre querem saber como esta nossa vida afetiva. Toda vez que vejo uma tia ou primo, que passo algum tempo sem ver, me pergunta “E a namorada?”.
— Normal — diz ele agora voltando a sorrir.
 Volto a oferecer algo pra ele tomar, que dessa vez aceita, vamos para cozinha e enquanto estou cortando algumas laranjas para fazer suco, Rodrigo pergunta:
— Onde fica o banheiro?
— Final do corredor à direita.
. Instantes depois de Rodrigo ter saído em direção ao banheiro, me recordo, de que deixei a tela do meu computador, aberta em um vídeo pornô gay, e que havia deixado a porta do meu quarto aberta, e provavelmente ao passar por ela, Rodrigo poderia ter visto o vídeo. Rapidamente deixei as laranjas e me dirigi pro meu quarto, antes que eu entrasse nele, Rodrigo sai do banheiro, e da um sorriso, estou em frente à porta do meu quarto, fico parado ali sem saber o que fazer.
Achou que eu não iria achar o banheiro? —disse Rodrigo.
— Não! Lembrei que deixei meu celular aqui no meu quarto, ai...
­­— Acho que não, eu vi um celular na mesinha na sala. — disse ele me interrompendo.
 Eu não sabia o que fazer, mas acreditava que Rodrigo, poderia ter visto o vídeo aberto em meu computador. Então num ato que até pareceu que era pra me tirar daquela situação ele diz:
Vamos ate a sala, eu tenho quase certeza que o vi lá. — disse ele ao passar por mim.
— Só um instante Rodrigo. — Rapidamente fui ate o computador, e fechei o site pornô, deixando assim a tela na área de trabalho.
 Chegando à sala, Rodrigo aponta a mesinha no centro da sala, onde ele acreditava ter visto meu celular.
—Eu tinha quase certeza, que tinha visto seu celular aqui. — disse ele. E eu tinha quase certeza, que ele tinha falado isso, apenas para me tirar da situação constrangedora em relação ao vídeo, pois meu celular estava no meu bolso.
— Deixa para lá, deve estar no meu quarto mesmo. Vou terminar o preparo do nosso suco.
Chegando à cozinha vou dizendo:
— Se importa de tomar suco sozinho? Acabei de tomar uma dose de whey.
—E qual problema? — falou ele.
— É que não vou conseguir tomar, vou acabar ficando enjoado.
— Que isso, vai tomar comigo sim! — ordena ele.
Estamos sentados à mesa, cada um com copo de suco  nas mãos.
— Seu suco ficou ótimo Felipe! — diz ele, passando a linguá entre os lábios, me fazendo pensar como deveria ser bom sentir aquela língua  na minha boca... no meu corpo.
— Obrigado!! Que bom que gostou.
Assim que terminamos de tomar o suco, me levanto pego os copos vazios sobre a mesa, para leva-los a pia, então meu celular acusa a chegada de uma mensagem. Eu olho para Rodrigo, que da um sorriso malicioso, mas não fala nada, me fazendo ter certeza, que ele tinha falado que tinha visto meu celular na sala, apenas por causa do pornô em meu computador.
       — Posso conhecer o resto do apartamento— disse ele se levantando e se aproximando de mim.
       — claro!! Vou te mostrar o resto..., a sala, cozinha e banheiro você já conheceu— disse eu rindo.
Levo Rodrigo para conhecer os outros cômodos, então chegamos ao meu quarto.
       —Que rapaz organizado, quarto todo arrumadinho. — disse o malhadão.
       — Desde criança, gosto de ser organizado.
Rodrigo da uma olhada em direção ao computador, me fazendo lembrar, do vídeo que ele poderia ter visto.
Eu não poderia perder uma oportunidade dessas, Rodrigo agora estava no meu quarto, então digo a ele na esperança de receber um sim.
       —A fim de ver televisão? Deita ai na cama, enquanto eu tomo banho— eu ainda pensei “Bem que você poderia tomar banho comigo”.
       — Melhor eu ir embora Felipe.
       — De jeito nenhum, vou pedir uma pizza para nós, me faz mais companhia, e assim vamos fortalecendo nossos laços de amizade.
       —Estou cansadão, e assim como você preciso de um banho.
 Então eu sugiro que ele tome banho na minha casa, e apesar dele ser um pouco maior que eu, posso lhe emprestar uma troca de roupas minhas. Volto a pensar que ele poderia tomar banho comigo, e desfrutar de muito prazer juntos. Rodrigo faz corpo mole, mas acaba topando.
— Beleza, toma seu banho, eu tomo em seguida, enquanto isso fica aqui na sua cama, esparramadão vendo tv — ele pula na cama e pega meu travesseiro e antes de coloca-lo ante a cabeça diz:
— Que cheiro bom, é seu perfume né?
 Eu fico ali parado pasmo, com as palavras dele, ele estava elogiando o meu cheiro no travesseiro.
Eu estava no banho e mal podia acreditar que o cara que me deixava louco de desejo e excitação, estava na minha cama, e ainda por cima disse ter gostado do meu cheiro no travesseiro. Decidi que não iria esperar as coisas acontecerem sozinhas, pensei. “Vou fazer o que for preciso para descobrir, qual é a dele. Será que o Rodrigo, este ligado mim?”
       Ainda no banheiro acabando de me enxugar, tive a ideia de ficar apenas de cueca na frente de Rodrigo. E foi isso mesmo que eu fiz, vesti uma cueca boxer branca, minha cor preferida, que eu já tinha levado para o banheiro e entrei no quarto, apenas de cueca. Rodrigo percorreu meu corpo com seu olhar. Um tanto quanto sem jeito, ele salta da cama:
       — Eu estava quase dormindo, me deu um sono — disse ele.
       —Pode ir tomar seu banho se quiser — falei.
       Peguei uma toalha limpa e coloquei sobre minha cama para ele.
       — Se quiser tirar a camisa e a calça aqui pode ficar a vontade, vou providenciar a camiseta e um short para você.
 Fui ate a cômoda pegar a roupa para ele, de costas para Rodrigo, ouvi o zíper de suas calças se abrindo, meu coração acelerou, eu mal podia acreditar que iria ver aquele deus grego apenas de cueca, e ao virar em sua direção, para minha infelicidade ele estava segurando a toalha na altura da cintura, impedindo-me de ver o que eu achei que iria ver, mas mesmo assim, pude ver que a cueca dele, era uma boxer branca com listras pretas. Pude ver seu peitoral e abdômen perfeitos, sem falar no lindo par de coxas, ele era muito malhado, perfeitamente lindo e gostoso eu diria.
        — Que cara é essa?— disse Rodrigo, a me ver babando por ele— não vale ficar com inveja.
       — Inveja eu?—disse eu passando a minha mão, sobre meu abdômen tão definido quanto o dele. -— não preciso, tenho o meu tanquinho também.·.
Rimos os dois juntos, Rodrigo estava se soltando cada vez mais comigo, e me cativando também, cada vez mais.
       — Pode ir, vou deixar a roupa para você aqui na cama.
       — Beleza, vou lá então.
Ele sai do quarto e eu fico admirando ele, o desenho da bunda dele sob a cueca, me deixou louco, que bunda perfeita, pena não poder ver ela sem cueca. Como não sou de desistir fácil, imaginei “quando ele voltar do banho consigo ver o que não consegui antes por causa da toalha, então fiquei ali mesmo no quarto esperando ele, já ia me esquecendo, eu ainda estava de cueca, apesar de estar com um pouco de vergonha dele, mas era bobagem ficar com vergonha, meu corpo estava ótimo e eu tinha certeza disso.
 Rodrigo então veio para quarto, depois de uns 20 minutos no banheiro. Então pude finalmente ver o que eu queria ver, ele apenas de cueca, pois a toalha ele havia deixado no banheiro, dessa forma pude admirar aquele corpo, que parecia ter sido esculpido pelas mãos do mais talentoso escultor da terra. Ele estava lindo de mais, pude admirar aqueles músculos um a um, fiquei como se estivesse em transe.
       — Pode me passar a roupa? — Rodrigo disse estendendo sua mão em direção ao short e a regata que eu segurava.
       — Ah sim claro! — disse eu voltando em si.
Ele colocou a roupa, shorts e regata brancos, escolhi a regata justamente para poder ver ela bem justa ao corpão de Rodrigo.
       — E não é que eu coube em suas roupas— disse ele rindo— e você vai ficar só de cueca mesmo? — me deixando sem graça, que rapidamente peguei um short e uma camiseta e me vesti.
       — Já fiz o pedido da pizza agora e só esperar ser entregue — disse eu sentado ao lado de Rodrigo na cama, ambos encostados em sua cabeceira vendo TV.
—Faz tempo que não como pizza, e depois de hoje passarei um bom tempo sem comer. —disse Rodrigo— apenas treino e suplementação sem uma alimentação saudável, não resolve muita coisa, não se tem resultados satisfatórios.
       — Você está perfeito Rodrigo, seu corpo está lindo.
       — lindo? — disse ele olhando para mim, com jeito de que iria começar a rir.
       — Ah!! Você entendeu o que eu quis dizer, seu corpo esta ótimo, não tem mais o que melhorar.
       — Mas não se pode descuidar, pra chegar a esse resultado é difícil e para se manter assim, também não é fácil. Mas nem sei por que to falando isso, você já sabe, afinal você também esta com o corpo ótimo. —ao terminar de falar, ele deu um soquinho na minha coxa.
       A Tv que ficava de frente a minha cama, estava sintonizada em um seriado americano, mas conversamos mais do que assistimos tv. Eu mal podia acreditar que o cara que me deixava louco, estava ali do meu lado, na minha cama.
       — Você algum dia, já gostou muito de alguém? A ponto de pensar nessa pessoa ao acordar e ao ir dormir? — Perguntei a Rodrigo, que depois de ficar um tempo me olhando e pensando responde.
       — Talvez, não me lembro muito bem se isso já me aconteceu, você esta passando por isso, porque esta falando disso? — diz Rodrigo me encarando, pude ver que sua expressão facial mudou, o que antes estava leve, agora toma a forma seria, fechada, conclui que falar de coisas relacionadas a sentimentos, o incomodava.
       — Sim estou, mas isso não tem importância, parece que você não gosta de falar sobre esse assunto, melhor falarmos de outra coisa ou ver tv mesmo.
       — Prefiro conversar com você, a ver tv. — A expressão de Rodrigo volta a ficar leve. —Está apaixonado então? Faz tempo?
       — Bobagem minha Rodrigo, esquece.
       — Depois sou eu o misterioso né?
       Eu não poderia correr o risco de dar uma bola fora com ele, nem sabia por que, tinha tocado no assunto, agora eu tinha que sair dessa. Eu não sabia ao certo se estava apaixonado, só que eu pensava muito nele, e que estar ao seu lado me deixava feliz.
       — Não tem mistério nenhum, quem sabe um dia você fica sabendo melhor sobre isso. A pizza esta demorando. — Falei eu torcendo para que Rodrigo não insistisse em perguntar mais sobre eu estar apaixonado.
       — Deve está chegando, nem estou com tanta fome assim — disse em tom de brincadeira.
       A campainha toca, vou atender a porta, era a pizza. Rodrigo que estava logo atrás de mim, me acompanha ate a cozinha.
       — Quer comer lá no quarto? —Perguntei.
       — Melhor aqui na cozinha mesmo, sua cama ficara cheia de migalhas de pizza — disse ele já se sentando a mesa.
       O celular de Rodrigo toca, ele atende era sua mãe.
       — Estou na casa de um amigo, mãe, e estou aqui pronto para devorar uma pizza, desculpa não ter te avisado. — diz ele ao telefone. Após desligar ele justifica. — minha mãe estava preocupada, nos vimos de manha quando sai pra ir malhar.
       — Você malhou depois do trabalho novamente hoje?
       — Não.
       — Que horas saiu do escritório?
       — Logo após você.
       Eu tinha a impressão que ele tinha me seguido do escritório para academia e depois ate em casa.
       — Pensei que você tivesse ido treinar após o trabalho. — disse eu.
       — Não fui. Fiquei dando volta pela cidade, ai passei aqui perto, resolvi te fazer uma visita.
       — Você chegou aqui logo em seguida a mim— disse eu desconfiado.
       — ah foi? — respondeu parecendo indiferente ao fato, e focado no seu pedaço de pizza que já estava no final. — você quer me engordar só pode.
       — Engorda nada, uma vez ou outra, não faz mal não. — disse eu servindo suco a ele.
       — Que delicia esse seu suco— disse ele bebendo. — A academia que você frequenta é perto daqui. — disse afirmando.
       — Não é longe não. Mas como sabe? —fiquei ainda mais intrigado, Rodrigo devia ter me seguido mesmo, conclui.
       Rodrigo então ri e balança a cabeça com um gesto negativo, enquanto eu fico olhando para ele sem entender nada. Ele explica o que eu queria entender.
       — Bom, eu acabei acompanhando você quando saiu do escritório.
       — Me seguiu você quis dizer? — perguntei.
       — Seguir não seria a definição mais apropriada, eu acho. Mas estava curioso para ver onde você treina.
       Ouvir essas palavras dele me fez sentir algo gostoso, minha suspeita se confirmou, ele tinha me seguido, e isso significava que ele se importava comigo.
       — Deveria ter entrado na academia.
       — Imagina se eu iria atrapalhar seu treino.
       — E ficou lá esperando eu sair? Fiquei quase uma hora e meia na academia.
       — Não, eu dei umas voltas, depois voltei lá, pra esperar você sair e te seguir ate aqui— ao final ele cai na gargalhada.
       — Você me confunde muito, no escritório mal falou comigo, e depois me segue?
       — Para de ser desconfiado rapaz, esse é meu jeito, você ainda se acostuma.


       — Vamos ver um filme agora? — perguntei após termos acabado com a pizza.
       — Fica para uma próxima Felipe, preciso ir embora agora.
       — Ah não Rodrigo, ainda é cedo, nem vinte duas horas é ainda— falei ao olhar para o relógio na parede da minha cozinha. Eu, não iria o deixar escapar assim, estava disposta a ir mais longe aquela noite.
       — Amanha pulo cedo da cama, tenho treino antes de ir para o escritório.
       — Faz igual eu treina após o trabalho no final do dia. — falei ao me aproximar dele batendo em seu ombro.
       O convite para assistirmos filme, era apenas um pretexto, para ficarmos na minha cama, eu pensava que assim, poderia ter algum contato maior com ele. Depois de muita insistência, lá estávamos nós de novo em minha cama. Ficamos calados olhando para a tv, e não demora muito para ele adormecer do meu lado. Fiquei admirando aquele homem lindo, que me deixava louco, senti uma vontade imensa de aproveitar o momento e beijar seus lábios, mas era arriscado demais, eu poderia por tudo a perder. Rodrigo tinha me seguido e isso me deixou confiante. Mesmo ele não ter passado perfume seu cheiro me excitava, e tratei de me encostar-se a ele, nossos braços ficaram colados. Dormindo, Rodrigo que estava de barriga para cima vira em minha direção deixando seu braço sobre o meu corpo. Tudo era perfeito, ele acorda e percebe seu braço sobre mim.
       — Desculpa Felipe, estou cansado— disse se sentando na cama.
       — Desculpar o que? — Perguntei.
       — Por eu ter dormido, por estar praticamente em cima de você.
       — Ah que isso cara, nada ver.....
       — Vou embora — falou se levantando e pegando sua roupa que estava em cima da cômoda.
       — Não quer dormir aqui? Acho perigoso você dirigir assim, sonolento. — disse eu sentado na cama.
       Rodrigo começa a tirar a roupa que eu havia lhe emprestado, ficando apenas de cueca, era lindo demais, realmente muito gostoso.
       — Não se preocupe o sono não me domina— disse vestindo as roupas dele.

       Na sala
       — Vai com Deus e ate amanha no escritório, pode vir me visitar sempre que quiser beleza? — falei em pé diante dele no meio da sala.
       — Obrigado por tudo! Queria ter te conhecido antes. — disse Rodrigo com uma expressão triste no rosto e no olhar. — se cuida, agente se vê. — ele foi em direção à porta, enquanto eu segui logo atrás dele para fechar a porta.
       — Se cuida você também. — falei.
       De volta a minha cama, fui sentir o cheiro dele no travesseiro em que ele dormiu, meu coração estava alegre, pois o homem que despertava um ardente desejo em mim tinha começado a dar sinal, te que eu era importante para ele. Acabei dormindo abraçado ao travesseiro com seu cheiro.
      
       No dia seguinte no escritório, acontecia o mesmo ritual de todos os dias, o pessoal chegando, alguns se cumprimentavam outros, mau se olhavam. Eu queria era ver o Rodrigo, então tratei de ficar na recepção papeando com a Gabi, porque sabia que ele passaria por ali, como sempre.·.
       — Impressão minha ou você esta mais feliz do que ontem? — Pergunta Gabi curiosa.
       — To igual à ontem— disse eu rindo.
       — Mentira, hoje você esta com brilho diferente no olhar, acho que sua noite foi quente, não é não?
       — Ah Gabi, pode parar, que não aconteceu isso que você esta insinuando. — falei, logo avistando Rodrigo no corredor.
       — Bom dia — disse ele, passando direto e indo para sua sala. Deixando-me novamente sem entender o porquê dele agir frio igual à manha anterior, sendo que a noite tinha estado na minha casa, depois de ter me seguido até lá.
       — O que tem de beleza, tem de simpatia — disse Gabi ironicamente se referindo a Rodrigo.
       Uma coisa era fato, Rodrigo se comportava diferente quando estava a sós comigo, e quando estava no trabalho. Será que ele não queria dar bandeira da nossa aproximação para os outros, que mal tinha em sermos amigos? Eu precisava de respostas.
       Em minha sala, na minha mesa, fico buscando explicações para a forma de agir de Rodrigo. “Como ele é tão legal comigo num dia e no outro é tão frio. Como que alguém que me seguiu, que esteve na minha casa, tão simpático ontem mal olha para mim para desejar bom dia”.
       — Vamos comer no shopping Felipe? --- disse Gabi entrando em minha sala.
— Sim vamos — falei não muito animado
— Estou te achando triste. — falou Gabi dirigindo o carro rumo ao shopping, comigo ao seu lado.
— Pareço triste?
— Sim, eu estou achando você triste.
— Talvez eu esteja mesmo — falei olhando o movimento na rua.
   Chegamos ao shopping e antes de irmos para a praça de alimentação, Gabi quis olhar as vitrines.
— Topa um cineminha qualquer dia desses? — disse Gabi sorrindo
— O seu namorado não vai achar ruim?
— Que nada, você acha mesmo que vou sair apenas com ele, adoro sua companhia.
— Ele pode ficar ciúmes.
— Bem você é lindão, mas é meu amigo, e não tem porque ele ter ciúmes não.
Continuamos andando e olhando as vitrines, e fico surpreso,quando vejo um pôster bem grande de Rafael,só de cueca, em uma loja masculina.
— Esse cara do pôster, é vizinho dos meus pais, se chama Rafael— falei para Gabi.
— Nossa, que homem lindo Felipe— disse ela animadinha.
— Conheci ele no domingo, super gente boa.
Vendo pôster de Rafael, senti vontade de ver ele novamente, ele foi muito bacana comigo.

Seguimos para praça de alimentação.
— Quer me falar porque está triste? — perguntou Gabi, que assim como eu terminava de comer seu prato.
— Estou bem Gabi, não se preocupe.

Depois de mais um dia de trabalho e treino na academia, eu já estava em casa, de banho tomado, quando recebo a visita de Rafael.
— Sua mãe me passou seu endereço, e seu fone também, mas achei melhor vir ate aqui do que ligar — disse Rafael assim que entrou em meu Apartamento.
       — Ah sim claro, sente- se, por favor — falei indicando sofá e sentando ao seu lado.
       — O dia que esteve em minha casa, ou melhor, no dia em que nos conhecemos, eu agi de uma forma com você, que me deixou muito chateado depois — diz ele tenso.
       — Do que você esta falando? — falei parecendo não entender, mas bem que eu sabia.
       — Passei dos limites com você, tinha acabado de te conhecer — falou Rafael, envergonhado, cabeça baixa.
       — Não Rafael, não precisa ficar assim, você não fez nada.
       — Fiz sim, toquei num assunto muito pessoal e sei que você não gostou. — disse levantando a cabeça e agora fitando meus olhos.
       Levantei pensativo e tenso também e fiquei de costas para ele, que permaneceu sentado no sofá atrás de mim. Eu estava sem chão, não sabia o que fazer se abria o jogo e assumia para ele, que eu era gay, pois sentia que só faltava minha confirmação, porque saber ele já sabia.
       — Seja, mas claro Rafael, para que eu entenda o que você ta querendo dizer, e esclarecermos esse mal entendido. — falei virando e ficando de frente para ele, sendo dissimulado, pois não estava disposto a assumir pra ele minha homossexualidade.
       — Acho que entendi — disse Rafael se levantado, ficando em pé na minha frente, me olhando firme. — te peço então, que esqueça esse episodio.
       — Prefiro que você me explique melhor o que ta acontecendo — falei esperando que Rafael confirmasse que era gay, apesar de eu já saber.
       — Esquece Felipe. — disse Rafael, parecendo estar aborrecido com meu jeito, porem eu não podia e não queria me abrir para ele, não queria contar para ninguém, muito menos para um cara que acabara de conhecer e que por cima, ainda era vizinho dos meus pais. — vou nessa, agente se vê por ai.
       — Já vai? Que isso cara fica ai — falei me aproximando dele pegando em seus ombros e fazendo o sentar de volta comigo no sofá. — hoje no shopping vi um pôster seu... Só de cueca.
       — Sério? E ai o que você achou do modelo? — Perguntou sorrindo.
       — Você, leva jeito— ri— minha amiga ficou babando.
       — Você me acha bonito Felipe?
       — Que pergunta Rafael — falei sem graça.
       — Você vê algum problema, em um homem achar outro homem bonito?
       — Não. Você é um cara bonito sim Rafael, satisfeito agora?
       — E se eu te disser, que sou gay, você continuara sendo meu amigo?

CONTINUA......